domingo, outubro 15, 2006

Um pouco bagunçado


Quando cheguei havia poeira e bagunça para todo lado. Móveis revirados, discos jogados ao chão, revistas rasgadas e um coração triste no canto, com cara de culpado. Arrumei tudo cautelosamente, com cuidado e dedicação. Levantei as cadeiras, pus água nos vasos e arranjei toalhas de mesa limpas. Tudo em seu lugar. Mas resolvi deixar aquele coração arteiro de castigo, no canto, imóvel, sem se mexer. Porque talvez ele seja imaturo para perceber que ficar sozinho não é o fim do mundo. Deveria tê-lo feito consertar toda a bagunça, mas resolvi deixá-lo com a angústia da dúvida do que eu iria fazer com ele. Por enquanto, será apenas um coração no canto, de costas, sozinho e pensativo em tudo que fez e deixou de fazer. Para aprender que um coração arteiro merece nada menos que castigo. Um dia eu tiro ele de lá.

Um comentário:

Anônimo disse...
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