segunda-feira, abril 21, 2008

Promiscuidade


É como uma obstinação constante. É um hábito prazeroso esse de conhecer gente, de experimentar gente, de reviver uma amizade diferente sempre. Um promíscuo, não menos confiável, não mais importante. Apenas amigo. Com toda banalidade e importância que se possa ter.

O ser humano possui essa tendência limitadora (não errada, afirmo) de criar pódiuns mentais, de estabelecer critérios de desempates entre as pessoas, de caracterizá-las como em listas, mascarando tal atitude como "estabelecer prioridades". Eu chamaria isso de propriedade privada do coletivo.


Para explicar melhor meu ponto de vista devo acrescentar que a pessoa precisa se fazer importante para a outra. Seja nos 5 minutos que têm para tanto, seja nas 24 horas. E essa importância não se faz com declarações, não se cria com presença apenas. Esse valor é natural. Não é uma obrigação a ser necessariamente conquistada, muito menos um objetivo obrigatório. Pessoas se gostam. Elas aprendem a se admirar, e esforço não é contundente para isso.


Gosto de colecionar meus pares. Muito me agrada ter vários laços, muitas vezes difíceis de administrar, sendo quase sempre impossível de agradar a todos. E essa união de grupos dos mais diversos me faz experimentar as mesmas sensações, travestida de posturas diferentes. Como numa espécie de adaptação instintiva, confesso que gosto de conhecer as excentricidades alheias, e, se não me agradam, sobrevivo a elas, aprendendo com o exemplo que não quero para mim. Se me conquistam, quero-as perto, como parte da coleção. Uma espécie de troféu do coração.


O grande desafio desta tarefa é conviver com a diversidade de temperamentos. É preencher as expectativas que os outros depositam sobre você. E, diante da inexistência de perfeição, é humano perceber que, apesar das impossibilidades, o que é verdadeiro sempre fica. E, com esse jeito agregatório, prefiro construir alicerces das mais diversas arquiteturas, texturas, modelos e materiais. Minha base se faz mais sólida. E, meu projeto de vida, mais valoroso.

Mais resistente aos impropérios da vida.