quarta-feira, janeiro 31, 2007

P.A.


Nem tanto, nem tão pouco

Sempre foi assim

Tãos quantos...

Não é santo...

Simples assim


Sempre atrás, nunca vencedor

Da média, acima

Abaixo dos melhores...

Há muitos piores...

Incomoda a rima


Costume do destaque, nunca teve

Próximo ao sucesso, constante

Pior é ficar tão perto...

E ter como certo...

Desfalques no instante.


Medo do fracasso, não é moda

Já se arriscou; hoje desiste

Progressão não é geométrica

é aritmética...

Enquanto se distancia, triste.


Tenta se acalmar, jogo do contente

Não consegue se sobrepôr.

A força é forte, mas escapa

E se torna fraca...

Ao saborear a dor.


Morde os dedos, reflete

Tenta explicar, traduzir

Se há códigos, sinais

Se há respostas, talvez banais...

Para fazê-lo sorrir.


Talvez o tempo, talvez a morte

Traga a sorte lançada a esmo

Muito embora ele saiba...

Que a solução caiba

nele mesmo.


E se dentro é que se nota?

Se ele esconde o que o valha...

Como achar o camuflado,

Sem a ajuda do soldado

Que fraqueja na batalha?


O que perturba é estar tão perto

E mesmo assim não conseguir

Melhor longe e absorto

Do que perto e quase morto...

Impedindo de sorrir...


Mas se sorriso é um fim certo,

que aprendizado há de chegar?

Aflição da demora da vitória?

Reconhecimento da glória?

Talvez seja o que virá...


numa história pra aprender

que a glória de vencer

não está nas armas que se usa,

mas nas que se deixa de usar










sábado, janeiro 27, 2007

Os cadarços












Hoje meus cadarços desamarraram.
ao abaixar-me, recompondo os laços,
dei de olhares com seus passos
vindo velozes, me derrubaram.
#
Fingi não notar seu embaraço
quedei-me a agradecer pelo encontro
não fossem aqueles velhos cadarços
o meu não encontraria com teu ponto.
#
Cuidou-se de recompensar com gentilezas
o descuido que me vitimara
e não pude esconder da minha cara
meu encanto com tuas belezas.
#
Agradeci por toda atenção
mas se foi em pés descompassados
não antes de sonhar a ilusão
de uma dia vir a ser seu namorado.
#
Mas a coragem de falar não foi bastante
guardei para mim minha impressão
percebi que passado aquele instante
jamais haveria outra ocasião.
#
Dei por mim, pela rua iam seus passos
na velocidade que cultivavas
pude ver, agora eram os seus cadarços
os que se desamarravam.
#
Eis que de longe não pude me conter
ao seu encontro, veículo em movimento
tentei falar, gritar, correr,
mas não deu tempo.
#
Você...derrubada pelos laços desatados.
Eu me despedi do futuro que me tiraram,
abençoando os cadarços que a trouxeram
e lamentando pelos que a levaram.

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Cafonice










Aquele que se apaixona
é cafona
Esqueça o que alguém já te disse
Viva à cafonice!!
*
Se te bater forte o coração
não é porque já disseram
que você vai deixar de dizer
*
Se não controla a emoção
foram eles que sofreram?
Não! Foi você
*
Retire os dedos alheios de seus sentimentos
apodere-se do que é seu, se se atreve
Se eles estão por fora e se acham por dentro
são eles a quem você menos deve.
Desiluda-se de que é sempre belo daqui por diante
há agruras nos caminhos mais seguros
E é na chegada do caminho mais distante
que se se torna mais maduro.
Brigue, lute contra tudo que o diminui
engrandeça a cada golpe dessa vida
siga à risca o que o intui
ainda que a peleja seja a mais sofrida.
Limpe as pernas, tire o pó do tropeço
restabeleça-se do que foi seu coração
se um amor é bom no começo
não tem de ser ruim no fim da relação
Viva as paixões brancas, amarelas, pretas
não fuja da cafonice que é viver
Um grande amor é tão cafona quanto as letras
que utilizo para encorajar você.
*
(Abandone os dogmas que o impediam de gritar
pois a graça do amor é mesmo não ter medo de amar)