sexta-feira, março 27, 2009

A volta


A liberdade de quando dizer deve acompanhar quem escreve. A obrigatoriedade de escrever torna a atividade mecânica e sem gosto. Já a irregularidade da inspiração torna a escrita um exercício de consciência, de vontade e de espontaneidade. Nada contra os cronistas de jornal ou os escritores com prazo de editora. Estes são, sobretudo, profissionais da palavra, e encontraram na produção delas o seu ofício. Seu trabalho requer prazo.

Entretanto, um blogueiro nada mais é do que um informal, pactuado em compromisso ou não com sua platéia. O ato de postar para ele é um diálogo, uma puxada de conversa, uma cutucada. O seu silêncio, por outro lado, é seu descanso, sua ausência e seu tempo.

Receio que há entre mim e esta página em branco uma simpatia imensa, porém, capaz de, por vezes, ceder passagem ao receio de preenchê-la de palavras forçosas. E é este sentimento que me faz criar esses espaços vazios, essas pausas e hiatos por 'tempo indeterminado'. Talvez seja meu próprio senso de expressão limitado teimando em não se pronunciar.Talvez seja uma mera falta de assunto.

Mas é esse período ausente o que me permite dizer que cada palavra aqui é sinônimo de vontade. E se ela aqui está, não é por rotina, obrigação ou programação. Ela vem desprogamada, sentida, desejada e despojada.

Está aberta a nova temporada de intenção.