Queria aquelas chaves de volta, pra te roubar as senhas dos cofres e acabar com a sua vida...
Mas não sei como
Queria em meu colo sua coleção de entradas de cinema, para rasgá-las com os dentes, enquanto você observasse, presa numa cadeira
Mas não sei por quê
Queria uma xícara de café quente, para derrubá-la sobre seu couro cabeludo, assim que você chegasse saltitante do cabeleireiro
Mas não consigo
Queria uma faca, ou melhor, uma tesoura, bem amolada, para enfeitar de buracos suas roupas mais caras
Mas não tenho coragem
Queria que toda vez que calçasse os sapatos, houvesse dentro um escorpião venenoso, para ferir-lhe os dedos que não mais acariciaria
Mas não sei quando
Queria que uma loucura desmedida a fizesse cair desse pedestal escroto que inventou para me coordenar, dando-lhe de presente um traumatismo e eu pudesse torturosamente lhe fazer aquelas cócegas proibidas intermináveis vezes durante o seu coma
Mas não sei quanto
Queria que tanto ódio te atingisse a nuca sempre que de longe em mim você pensasse
Mas não quero
Mas não quero
Eu não sei várias coisas. Mas não consigo não te desejar todo mal, pois te quero tão bem...
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