segunda-feira, agosto 27, 2007

A revolta dos dezoito


Tudo que eles dizem ser permitido fazer é apenas o que eles querem que eu faça. Minhas possibilidades revestem-se sempre pela poderosa aura do dever social ou pelo que é socialmente considerado um comportamento médio. O que mais quero é o desconforto. E não me importa se sou pega com o dedo no glacê do bolo. Não temo a punição! Cheguei a este ponto através de tantos desejos sufocados no lamaçal coordenador dos dogmas comportamentais. Como porcos catequizadores que são, os criadores dos paradigmas “decentes” desta sociedade hipócrita fodem com as próprias leis que eles criam...Andam com seus códigos morais sob suas axilas e pensam na filha adolescente do vizinho enquanto se masturbam. Cansei de me render ao modelo empurrado goela abaixo; vomito-o junto com minhas tripas sobre os rostos dos infelizes que me condenaram ao rancor eterno. Do auge dos meus dezoito anos, subverto-me à anarquia do dedo médio na fuça dessa autoridade expectorante. Nego a boça deles, nego suas missas, nego o recato falsário de suas filhas mimadas, aquelas montagens foscas de um belo penteado farsante. Que o nó de suas gravatas sufoque suas palavras de molde, inexpressivas e repetitivas como um sonho ruim. Não mais resignarei minhas vontades mais hostis aos calabouços das toscas rotinas fantasiadas de hábitos salutares. Minha única saúde é meu veneno cuspido nas linhas sobre as quais escrevo, cobertas da mágoa da repressão de uma felicidade subversiva. Sou um cataclisma em formação ante ao declínio do império do comodismo certinho e burocrata. Saúdo os eflúvios de uma libido animal, saldando uma nudez lasciva e condenatória. Vendo minha alma aos demônios mais escrotos, setenciados pela divindade forjada dos comedidos. Ganho a maioridade como quem perde rédeas, enquanto me algemo aos braços permissivos da minha vontade mais precipitada. Presenteio-me com o egoísmo resgatado dos recônditos de minha falsa prisão, como uma entidade cujo muito que há de aprender seja o mínimo que há de se querer. Minha ignorância é meu protesto. Meu preguiçoso escárnio ante a sua reprovação. Rasgo-me toda, em contraste com seus cacos colados pela sua pose banal de aceitação, que não passa de uma figura pálida ante a vivacidade da minha rispidez sanguinolenta. Minha atenção te renegará à clausura careta de seu desinteresse. Contente-se com a alcunha limitada por sua mediocridade, ao mesmo tempo em que deixo para trás o rastro empoeirado de minha velocidade irracional. Doutrinadores, conheçam minha anti-doutrina e se vendam/rendam à perversão que aqui evoco. Eis o negócio. Minha mistura gordurosa de desleixo, loucura e ócio.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sinto um pouco de revolta nesse texto....heheheh....pouco nao....

bjoooo