quarta-feira, junho 13, 2007

"Viajar eu preciso" ou "Hermanos e irmãos"







Apaixone-se perdidamente por uma banda, faça amigos excepcionais por conta dela, seja maluco o suficiente para viajar ao encontro do último show, arrume mais malucos iguais a você para te acompanhar e seja feliz! Se a felicidade existe, foi com ela que estive nos últimos 4 dias.

O desejo de presenciar o provável último show da Los Hermanos foi o pontapé inicial de uma viagem inesquecível ao Rio de Janeiro, cujo esboço de idéia nasceu de uma mera probabilidade que foi se consubstanciando na loucura dividida entre amigos. Ingresso comprado no ímpeto do inesperado, passagem adquirida na ânsia do desespero, alegria garantida pelas ótimas companhias entre paisagens memoráveis.

É verdade tudo que dizem: o Rio é mesmo muito lindo. Não há como negar! Os problemas socias subjacentes a qualquer boa cidade brasileira praticamente somem diante da beleza hipnotizante do lugar. A malandragem preguiçosa de seu sotaque parece desfilar pelo ar, subindo e descendo os morros que saltam à vista a cada momento. Trata-se de uma cidade em constante visitação, cujas belezas são constantemente submetidas flashes fotográficos. Turistas ensandecidos por todo lado, em toda esquina, seja no Centro, seja no subúrbio, garantindo sua lembrança inesquecível em forma de retrato, são lugar-comum. Eu era um deles, juntamente com meu grupo de companheiros inesquecíveis.

Juntos dividimos momentos importantes de nossas vidas, desde a foto conquistada ao lado de nosso ídolo (algo completamente inesperado) ao show praticamente particular na passagem de som invadida; desde o entusiasmo de entoar o hino de nosso Estado na fila do esperado show à emoção de unir suór, sorrisos e lágrimas durante o espetáculo de despedida; desde a espera cansativa do nascer do sol num aeroporto semi-morto e gélido à descontração de conhecer aos poucos cada detalhe um do outro; desde a maluquice sadia de guiar-se por informações desencontradas à beleza de compartilhar um linda paisagem no final; da satisfação de ver o mundo dando voltas em virtude de uma cachaça coletiva ao singelo desejo de prolongar o momento da companhia.
Conhecemos uma cidade nobre em sua história e exemplar em beleza. Cada rua, cada construção, cada obra natural forma um conjunto inigualável. O Centro resguarda a tradição do antigo juntamente com a sofisticação do novo; os subúrbios contêm a placidez do verde adicionado à turbulência do trânsito; as praias famosas acrescentam ao seu poder turístico de conquista a sua estética incontestável.


O Rio de janeiro deve continuar lindo por muito tempo. Não é à toa que hoje cultuamos nomes como Vinícius de Moraes ou Chico Buarque...Seria praticamente uma afronta se uma cidade com o Rio não incentivasse mentes brilhantes e corações em formas de versos como os destes poetas. O Rio é um poema rimado por suas estradas devastadoras de morros, uma canção cuja melodia reside no tom de suas imagens sem igual. E os cariocas parecem ser os músicos que dão arranjo a este grande poema musicado, sincronizados em sua sintonia malandra.

Por fim, tão certo quanto a saudade destes 4 dias, agradecido estou pelo fato de ter dividido tais momentos com pessoas tão especiais. O pouco tempo de convívio consolidou-se numa forte amizade ratificada pelo poder de momentos em comum, divididos em euforia e êxtase de aproveitar cada segundo. Cada figura, cada sorriso, cada risada sem fim estão guardados neste coração de quem vos escreve em forma de sentimento querido.

Viajar em busca da Los hermanos era uma necessidade angustiante, que se transformou num presente precioso. Os irmãos conquistados lamentam o 'adeus' momentâneo da banda, mas agradecem pela irmandade que este hiato ajudou a iniciar.

Até a próximo vislumbre deste pernambucano que desejou ser carioca por um momento em sua vida!

4 comentários:

Evellinne disse...

Higgo, vivi e senti exatamente tudo isso que tu descreveu tão perfeitamente.. por isso fiquei emocionada com o texto!
Bateu uma saudade que dói de tudo que a gente viveu e que vai ficar pra sempre na nossa memória e nas fotos tb (é claro :D)... Sim, criar uma expectativa em cima de um sonho que está por se realizar.. é muito bom.. mas ver e sentir que o realizado superou em todos os sentidos essa expectativa.. é simplesmente maravilhoso... o Rio de janeiro é tudo isso sim.. que a gente sempre ouviu falar.. e como vc falou.. as boas qualidades tornam os problemas quase imperceptiveis! O que guardei na minha lembrança dessa viagem foi que é possível sim apaixonar-se perdidamente e incondicionalmente por aquele que não seja o seu lugar de origem.. RIOOO minha mais nova cidade do coração!

Abração Higgo e vc como os poetas.. se inspirou pra escrever um texto perfeito sobre tudo que viveu lá! Impossivel não ficar inspirado hen??
=****

Anna disse...

Puts... toh emocionada de verdade...
Higgo, tu conseguiu no teu texto descrever tudo que não só vc, mas todos nós sentimos na nossa louca viagem...
Comprar ingressos antes de passagem, passagem antes de estadia, estadia sem conhecimento... Era tudo tão incerto, e tudo tão maravilhoso..
Eu falei pra minha mãe que Deus estava do nosso lado desde que saímos daqui... pq desde o momento que subimos naquele avião, todos os nossos problemas e angústias rotineiras ficaram para trás e deram espaço ao novo, à maravilha da surpresa....
E foi tudo realmente lindo, surpreendentemente lindo, ridiculamente lindo!!!!

E conhecer ainda mais de perto todos vocês é o que me deixa mais feliz ainda, pois sei que nossa amizade não vai se resumir à maravilha do Rio de Janeiro, ela vai se estender por muitas e muitas outras viagens.. e se Deus quiser, muitos e muitos outros shows dos Barbudos...

Amo tu viu??? De verdade!!!

Anônimo disse...

me arrepiei!
queria ter participado desses momentos emocionantes tb...
ahhhh!
lembrei de uma foto ao ver a primeira foto do texto, lembra?!
uahuahuahuhauha
bjooo

subitâneo lêu disse...

É uma barra bixo...Meus olhos se enxeram de lágrimas, e olhe que eu nem viajei com vocês(uma pena =/), caralhoooo...Assim que tinha de ser.
Abração Camagada.